domingo, 11 de dezembro de 2016

PM É QUESTÃO DE GOVERNABILIDADE

Cada vez mais a governabilidade se esvai entre os  carcomidos politico/administrativos dedos do tempo do homem mortal. Cada vez mais a cólera das multidões se alimenta de fatos concretos, provados,  que os guardiões legais e não mais legítimos de suas riquezas, impostos, surrupiaram-nas com volúpia nunca vista.
Cada vez mais a descrença, desesperança, decepção,  desamor,  revolta, ódio, tomam conta do cidadão comum,  contra aqueles que deveriam ser seus salvadores, seus lideres, seus condutores e de suas famílias. Isso é muito perigoso, principalmente em uma democracia  jovem como a nossa.
Fatos concretos estão acontecendo em nosso ERJ: Dep Paulo Melo agredido no interior da ALERJ, Dep Cidinha Campos agredida em um restaurante próximo a ALERJ, Jornalista Caco Barcelos por pouco não foi linchado nas proximidades da ALERJ. Clima repetitivo de "guerra" nas manifestações  da ALERJ,  contra o pacote do Governo, levando inclusive à destruição de barreiras perimétricas e invasão de território sagrado de templo católico, por manifestantes.
Tais agressões verbais e físicas,  inclusive tem ocorridas em outros Estados da Federação. Felizmente até agora não tivemos um simbólico corpo nas escadarias da ALERJ. E tomara  que nunca aconteça, mas pode.
Nesse caos , apenas uma Força, um braço do Estado, tem se mantido a postos, incansável, brava, militar, hierárquica , disciplinada, protetora , ciente de sua missão constitucional. A servir e proteger, mesmo com disfarçadas lagrimas em seus holísticos  olhos,  e cicatrizes indeléveis em sua bicentenária alma. A " Rainha das Ruas", a INSUBSTITUIVEL Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Ela é a Instituição Militar que guerreia a guerra eterna. Não é a guerra de seis dias do Sinai, não é a de 5 anos, Mundial, não é a de 10 anos do Vietnã, nem tampouco a de 100 anos do velho mundo.  Sua Guerra  já dura 208 anos, desde 1809 quando foi criada por D João VI,  como Divisão Militar da Guarda Real De Policia. A diferença é que confrontava com  capoeiristas, atiradeiras, flechas, garruchas e facas, Revolveres e Pistolas. Porém já há mais de 30 anos é alvejada por Fuzis de Guerra, Russos, Chineses, Americanos , Tchecos, Suiços, Argentinos, Belgas, etc, o que a faz ser a Policia com as maiores baixas de efetivo por mortes  e ferimentos do mundo. Isto, decididamente,  nos legitíma como Militares, como Policiais, como Policiais Militares , como Militares de Policia. 
E ela, mesmo tendo seus poucos direitos, duramente conseguidos ao longo desses duzentos anos,  ameaçados, continua, diuturnamente salvando e protegendo a sociedade fluminense, entre ela,  os Senhores, Governador, Vice Governador, Secretario de Fazenda, de Planejamento, da Previdência, Gab Civil, Procuradores do Estado, Desembargadores, Juízes, Procuradores de Justiça, Promotores, Defensores Públicos, Deputados,  Senadores, Tribunais de Conta, Militares Federais, Jornalistas,etc.. bem como suas famílias, amigos, vizinhos, etc...

O que eu quero dizer Senhores, é que já passou da hora de tratar a  PM com mais respeito.
Se a governabilidade de um Estado,  e porque não dizer do Pais, depende também, de forma inquestionável da PM, afinal, ou a ordem ou a barbárie,  então deem a ela a condição de ser especial porque é diferente. Ela não quer privilégios, ela quer apenas ser tratada com honra. E para as Instituições que tem a honra em seus manuais, corações e mentes,  como parâmetro maior, perde-la é pior que a morte.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Outro Calabouço não !!!!!

O que menos se deseja é um corpo nas escadarias da ALERJ, mas pode acontecer.


O que menos se deseja são homens com farda, no momento, atirando em irmãos sem farda, no momento, mas pode acontecer.


O que menos se deseja é um segundo jovem  estudante Edson, e um segundo jovem Aspirante PM Raposo, mas pode acontecer, afinal o Restaurante do Calabouço, não fica tão longe das escadarias da ALERJ.


O que menos se espera  é um arremedo de escaramuças à guisa de episódios de guerra civil entre brasileiros,  com cargas de cavalaria e blindados inclusive, mas pode acontecer.


O que mais se espera é que, desça dos céus uma luz de sensatez e maturidade, de verdadeiro espirito público e de real conhecimento da missão sublime de representantes de tão heróico, sofrido e maltratado povo da Ilha de Vera Cruz.


O que se espera é que se reconheça a Policia Militar de Vidigal e Castrioto como força fundamental e insubstituível, única capaz de manter, preservar a boa ordem,  a ordem pública para todos os brasileiros, há,  e durante,  208 anos.


 O que se espera é que prevaleça o bom senso e a inteligência, em entender que tratar com as mesmas regras, fiscal e fiscalizado, é injusto, antinatural e condicionante de resultados maléficos e contraproducentes.


O que se espera é que o homem fardado e armado,  submetido a Estatuto Castrense, que lhe tolhe bicentenariamente, os mais comezinhos direitos atribuídos ao restante da população, em nome de um ferramental de aprestamento permanente para o cumprimento diuturno e secular,  de uma das mais cruciais e esgotantes funções sociais de uma Urbe, seja pelo menos reconhecido como tal.


O que se espera é que todos saibam, principalmente aqueles que detém o mando, que os valorosos Gendarmes descendentes de  João José de Brito e Assunção, caso seja necessário, caso essas sejam as ordens, caso esse seja o exercício real de suas atribuições constitucionais,   com embaçamento nos olhos, dor no peito e cicatrizes eternas em suas almas, cumprirão sua  missão. Que os  Chefes maiores de nosso Estado, dos Três Poderes da Republica , a nível Estadual, não duvidem nunca que a missão será cumprida.  Aí está o problema.  O real problema. É claro como água cristalina  brotante das montanhas das hecatombes sociais,  que ela restabelecerá a ordem. A qualquer preço. Ela sabe que existe para isso. Foi treinada toda sua bicentenária vida para isso. E o fará. O problema será depois. Terá valido a pena? Os cacos a  serem recolhidos,  conseguirão remontar novamente o arcabouço da legitimidade da pirâmide de poder estatal? Não sei, Aliás poucos sabem.


Ainda está em tempo. Um rápido, mas meticuloso  Estudo de Estado Maior, apontaria alternativas, linhas de ação, propostas tangíveis que poderiam com um pouco de humildade,  apontar para outras soluções que permitissem diminuir despesas e aumentar arrecadação. Sem lançar irmãos contra irmãos.


Afinal a Rainha das Ruas não merece ter mais essa marca insculpida no cabo de seu revolver.


Que o Poderoso Deus de Todos os Exércitos entre em regime de prontidão no sagrado território do Estado do Rio de Janeiro.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

RECUERDOS DE LA REP DOM ( ÚLTIMO CAPÍTULO)


            ESCANINHO DE RECORDAÇÕES
Recuerdos de La Rep Dom ( Último capítulo).


( continuação )
De todas as publicações que li ao longo desse tempo, e não foram poucas, quais sejam o detalhado "Manual de Participação do Exercito Brasileiro na Campanha da Republica Dominicana (A Experiência do FAIBRAS na República Dominicana)", organizado pela equipe do General Meira Mattos, a publicação na década de 80 constante da “Edição Especial da Revista do Exercito Brasileiro,  pelos 20 anos do Cumprimento da Missão do FAIBRÁS)", jornais, revistas , artigos internacionais e nacionais, documentários, filmes- As irmãs mariposas/ Mirabal, assassinadas pelo regime de Trujillo
As revolucionarias irmãs Mirabal

, livros como o do nosso companheiro Sd Adilson Silva de Matos, intitulado " O I/REsI em São Domingos, a odisseia do Soldado Matos"
Livro escrito pelo Sd  Adilson Silva de Matos

, e " A Festa do Bode, de Vargas Llosa, a que, porém,  mais me marcou no entanto, foi quando, através da publicação da Revista Realidade, de Dezembro de 1972, na qual, com os titulos: " Exclusivo, como o Brasil escapou do Vietnãn", “A habilidade diplomática brasileira para não participar da Guerra do Vietnãn” e, “Como e por que o Brasil não foi ao Vietnãn”, em que são detalhadas a troca de cartas, despachos e visitas entre o Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, o Itamarati e a Embaixada Americana, através de seu Embaixador Lincoln Gordon e do Presidente Americano Lyndon B. Johnson.
Revista Realidade de Dezembro de 1972
Sim, senhores, quase, por muito pouco, nossa geração não foi parar na Ásia. Na sangrenta e longa Guerra do Vietnã. Na maior Guerra de Guerrilha que se conhecia até aquele momento. Onde os EUA enterraram parte de suas Forças Armadas em um conflito cruento que durou até o ano de  1975. Sorte a nossa, e habilidade de nossos Chefes a época. Em compensação, conforme a publicação citada , enviamos navios com 3.000 dólares de remédios e 70.000 dólares em café para o Vietnã,  e Tropa para a República Dominicana.

Idem


Um espirito de camaradagem incorporou-se em todos nós durante o período de Campanha. É obrigatório citar os nomes de meus auxiliares diretos na Peça de Metralhadora, Soldado Loredo como Carregador de Reparo (Tripé) e Soldado Novaes (Municiador), o qual transportava 2 cofres metálicos de munição, contendo cada um 250 projetis. A mim cabia transportar e operar  a Metralhadora, sempre seguindo os princípios de arma coletiva de apoio e buscando a necessária rasância para o melhor resultado. Como  armamento individual, portava uma Pistola Colt M 11 Cal . 45, companheira inseparável.
Porém, em minha cabeça, ainda consigo registrar os nomes de alguns outros companheiros da Campanha de Santo Domingo. Muitos já se foram, e outros ainda envergam em seus peitos e mentes o orgulho de Ex-Combatentes: Mario Tanus da Silva, Alcebíades Soares dos Santos, João Carlos dos Santos, Eduardo Domingues Coreixas, Adilson " Macarrão",Carlos Alberto Vaz da Silva, Ayres Fernandes Valente, José Agnaldo Pirasol Ruas, Ramos( com quem seguidas madrugadas  deixamos muito suor treinando sozinhos na temível Pista de Aplicação do REI), Romero, Buriche, Carneiro, Andrade, Adilson Silva de Matos,  Eleir Ferraz dos Santos, Ricardo Calvo Demideff, Sebastião Damasceno, Edir Ramos Falco, Marcelo Piu Piu, Araguair Pereira da Silva, Aloisio Antônio Bessa, Vanderley da Silva Degenaro, José  Augusto dos Santos, Jairo Ribeiro Alves, Pedro Paulo Lemos, Roberto Melo de Souza, Jorge Luis dos Santos Tibau, Ivair de Almeida Velasco, Jorge da Rocha Fagundes, Luis Carlos de Miranda, Luis Antonio Soares, Wanderlei Ribeiro da Rosa, Sebastião de Souza Vasco, Dílson Bizzo de Mendonça, Claudir da Silva Santos, Getúlio Ribeiro de Mello, Max Heitor Rodrigues Couto, Antenor Antonio Siqueira, Antonio Nessrallah Evandro Rubens, Francisco Barbosa Bastos, Denílson Macabu Palmeira, Nilton Cruz Guedes, Paulo Roberto de Siqueira, Jair Ferreira Marinho, Crespo, Ferreira, Nicolau, Tanaka, Varela, Gomes, Santa Rosa, Anjos, Matos, Redondo, Coelho, Jair, e
Momentos de descanso junto ao Corpo da Guarda da 2ª Cia

outros, muitos outros.
3º Pelotão   da " Incendiaria " Obs- observar o zelo com que tratávamos nosso Acampamento

 Existe um no entanto,  que tenho certeza, nunca mais será esquecido. Nosso querido "  Cb Batatinha", que com sua magistral arte, através de seu Piston/Corneta,  muitas noites nos fazia disfarçadamente chorar, sempre às 22 horas,  ao ouvirmos  seu impecável   "El Silencio", à guisa do tradicional toque do silencio.  Mais uma vez me penitencio por não lembrar os nomes de todos.

Diploma da FIP, assinado pelo Gen Alvaro Braga
Menção Honrosa , assinado pelo Cel Milton Tavares de Souza
Distintivo criado pela Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro para homenagear os integrantes do Faibrás
Tenho muito orgulho de ter comigo,  e periodicamente ostentar,  algumas condecorações e menções  que me foram concedidos  em razão da participação na Campanha Dominicana, as quais registro a seguir.
Medalha da FIP
Medalha Tributo ao Faibrás

Medalha dos 50 anos do FAIBRÁS



 



Porém,  os momentos que mais me emocionam sempre, são aqueles em que tenho oportunidade de participar junto aos meu iguais , por ocasião das solenidades  anuais no Aquartelamento de nosso saudoso REI, na Vila Militar, ocasião em que privo de momentos insubstituíveis, juntamente com todos nossos ExCombatentes, colocando sempre em local de destaque os Ten Valentim e Evangelista.
Formatura dos 50 anos do FAIBRÀS

IDEM, com a presença do Cel Fernandes CMT do REI


 
A vida continuou. O vírus da vida militar porém, não mais deixou minha mente. Em 1968 entrei para a Escola de Formação de Oficiais da Policia Militar, do antigo Estado do Rio de Janeiro, a saudosa TREME TERRA.
Insignia do Cadete do Terceiro Ano da APM DJ VI

A carreira me proporcionou os dois maiores momentos de orgulho e reconhecimento  de minha vida profissional. O de ter assumido a Chefia do Estado Maior Geral e posteriormente o Comando Geral da Bicentenária Policia de Vidigal e Castrioto.


Insígnia do CM Geral da PMERJ
 
Creio ter deixado um bom legado à minha Tropa,  registrando resumidamente, a realização do Curso de Guerra na Selva, no antigo COSAC, ( Centro de Operações  de Selva e Ações de Comando), depois CIGS ( Centro de Instrução de Guerra na Selva),  como Tenente da PM ( Treme Terra), do antigo Estado do Rio de Janeiro, no qual habilitei-me como o GS ( Guerreiro de Selva) n° 665. 

Facão  do Guerreiro de Selva

 A participação na fundação  do BOPE, ocasião em que tive a oportunidade, como Tenente,  de haver participado, sob o comando do, visionário Capitão PM  Amêndola,  da criação do Nu/COE ( Núcleo da Companhia de Operações Especiais), hoje o reconhecido mundialmente, BOPE. Haver auxiliado na montagem e servido como Instrutor nos quatro primeiros Cursos de Operações Especiais  ( COESP) do BOPE/ PMERJ, em razão dos conhecimentos e  experiências adquiridos no FAIBRÀS E CIGS.
"Manicaca" original do COESP/ BOPE


 Aliás, experiência essa que me permitiu a nível tático e estratégico, já em 2001, como Coronel PM Cmt Geral, tomar decisões  e montar dispositivos especiais para combater a " Guerra" contra  a criminalidade que já enfrentávamos em nosso Estado do Rio de Janeiro, como por exemplo a ocupação com Posições Fortificadas com sacos de areia, no Teatro de Operações da Favela do Chapadão, em Costa Barros.
Ocupação do Chapadão, tendo ao lado o Cel Beltrão, Cmt do bravo 9º BPM
 A criação do Veículo Blindado de Transporte de Pessoal/Tropa,VBTP/T,  o “CAVEIRÃO”, o nosso Colete a Prova de Balas Coletivo, o qual já teve a história de sua implantação registrada neste Blog. 
O " CAVEIRÃO", nosso Colete a Prova de Balas Coletivo
 O Comando do 12° BPM, um de meus maiores orgulhos por se tratar da Uop de minha terra,  o Comando do BOPE,

o Comando Intermediário do Interior do Estado do Rio de Janeiro ( CPI), a construção da sede nova do  19º BPM de Copacabana, do 31º BPM na Barra da Tijuca, do 22° na Maré, do Grupamento Aeromarítimo (GAM) Ten Antunes,
GAM

GAM


Nosso GAM , ao lado seu 1 º Comandante Cel PM Claudecir
 da Sede do Batalhão de Operações Especiais (o Palácio da Caveira),
" PALACIO DA CAVEIRA"

do GPAE (Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais) , que desdobrou-se e ao longo do tempo ocuparam 14 Comunidades, e depois, a partir de 2008,  transformou-se nas UPP’s. O GETAM (Grupamento Especial Tático Móvel), que tanta paz e ordem manutenida trouxe às ruas  de nosso Estado, e outras iniciativas institucionais, muitas outras.  
Passados 47 anos, consegui retornar à República Dominicana, sonho durante muitos anos acalentado, em visita turística, juntamente com minha esposa.
Usei em meu planejamento, um artificio.  Afinal,  não sabia se ainda haveria algum sentimento xenófobo. Não mais gostaria de ouvir os antigos e discriminatórios GO HOME BRASILEÑO !!!!, caso eu dissesse por que  gostaria de visitar determinados lugares.  Primeiro relacionei todos os locais que gostaria de revisitar.  Então,  para cada TAXI ou Guia de Excursão que contratava,  dizia que estava atendendo ao pedido de um amigo,  que lá estivera por conta dos recentes Jogos Pan-americanos, e que ele me teria solicitado  para levar algumas fotos da Cidade,  uma vez que não teria tido tempo para estar em todos os lugares.   Pronto, historia cobertura perfeita.  
Todas as Regiões, foram sistematicamente   visitadas, com profunda emoção. Hotel Embajador, Praça Independência, Cidade Colonial em toda sua extensão (que a época estava em grande parte na mão dos rebeldes), Ciudad Nueva, Igrejas, Universidades ( A primeira Universidade das Americas), Calle Las Damas, a primeira Rua a ser urbanizada e pavimentada das Americas,  Panteón dos Heróis,  Estátua e Túmulo de Cristóvão Colombo, Rio Ozama em vários trechos, Palacio Nacional do  Governo, palco de intensa refrega do 2º Contingente,  Radio Guaratita, Radio Santo Domingo, Hotel Jarágua, Praia de Boca-Chica, El Malecón, antiga área de nosso Acampamento Principal (Região de Feria), que hoje está totalmente urbanizada,  etc. Tudo devidamente com circunspecção e grave interesse histórico e emocional.    
Deixei para mencionar  no final, minha surpresa,  ao atingir o término, a pé,  da Calle El Conde, tendo ao outro lado a notória, para nós,  Praça Independência, em frente ao Panteón dos Heróis da Patria, quando deparei-me com enorme estátua em bronze, do Cel Francisco Alberto Caamaño Deño, já condecorado  e reconhecido como Herói Nacional. Cumprimentei-o militarmente, batendo grave continência, o que motivou sonora  gargalhada por parte do jovem motorista de táxi que nos ciceroneava, o qual não teria entendido nada a respeito de minha atitude. Mantive a seriedade, cravando-lhe um olhar de onça reprovadora.  Ele então parou de rir, coçou a cabeça  e não  comentou mais nada a respeito, durante todo o resto da excursão. Ao final presenteou-me com um CD que continha muitos boleros e canções de merengue, o qual escuto em meu carro até hoje.




Estatua de Cristóvão Colombo, o descobridor da Republica Dominicana
Palacio Nacional do Governo

Panteón dos Heróis da Patria
Túmulo de Cristóvão Colombo
Av Washington Luis ( El Malecón)
Estátua de Francisco Alberto Caamaño Deño




  



Porém em algumas horas do dia , obrigatório era cumprir o prescrito no BIC ( Boletim Interno de Campanha),  ocasiões em que  sempre pedíamos respeitosamente  aos espíritos das boas guerras, que nos acompanhassem  em algumas incursões nas espirituosas doses de Rum Bermudes e Brugal, bem como da refrescante Cerveza Presidente.





Cabe registrar que, não poderíamos  de forma alguma  perder a oportunidade  de visitar a tão próxima e simbólica Ilha Caribenha de Cuba, berço da Revolução Castrista,  o que fizemos. Afinal,  no fundo, fora ela, a comando de Castro, Guevara e Camilo Cienfuegos,  a razão principal da nossa aventura de jovens guerreiros, no passado.  Mas isso já é outra narrativa, que está sendo ultimada.

Finalizo agradecendo ao Cel Ramirez, Cmt deste centro de excelência de nossas Forças Armadas, o CCOPAB ( Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil/ Centro Sergio Vieira de Mello), pela iniciativa, a exemplo do que já o fizera o Cmt do  REsI, hoje 57º BIB Cel Fernandes,   de convidar este integrante da Campanha da Republica Dominicana,  para passar sua experiência aos mais jovens , dizendo da importância para as nossas vidas, da experiência vivida na Missão Dominicana.
Não tenham  dúvidas Senhores,  vossa missão, ao receberem jovens de 18 anos em todo o nosso Brasil, quando o fazem com real  espírito  de missão e entendimento nas suas capacidades de moldar caracteres e aperfeiçoar personalidades, estão mudando para melhor, sempre,  o futuro de nossa Pátria. Minha geração é um exemplo prático disso. 
E como tudo que é bom costuma ficar, oportuno  se torna registrar, que após 50 anos de completada a missão,  um pequeno grupo em Niterói, ainda se reúne para confraternizar de três em três meses, sempre contando cada um suas historias, às quais a cada ano que passa, são perceptivelmente aumentadas com pequena doses de perdoáveis mentiras. 
Daqui um grande abraço aos participantes desse acalentadores e vibrantes encontros, os Cabos Adilson, Coreixas, Vaz, Ayres, João Carlos, Alcebíades, Eleir,  Bessa e eu. Realmente um GC ( Grupo de Combate).
Missão cumprida e dois  vibrantes Gritos de Guerra: " ARARIGBÓÓÓIAAA!!!  e CARA DE TIGREEEEE !!!!! para todos os presentes!
 
Muito obrigado a todos, desculpe ter me estendido. 
 
Wilton Soares Ribeiro
Cel PMERJ
 
Obs.: Com muito orgulho de ter sido o Cabo nº 612, Atirador Chefe de Peça de Mtr Browning Cal .30, refrigerada a ar, representante do Exército Brasileiro na Campanha da Republica Dominicana.