sexta-feira, 3 de outubro de 2014

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    Projeto Onçafari: no rastro da onça-pintada

    por Fábio Paschoal em 19 de novembro de 2013
    Fantasma é o macho dominante no Refúgio Ecológico Caiman, pousada no Pantanal onde o Projeto Onçafari  está realizando o processo de habituação das onças-pintadas (Panthera onca) aos carros de passeio - Foto: Lawrence Weitz
    Fantasma é o macho dominante no Refúgio Ecológico Caiman, pousada no Pantanal onde o Projeto Onçafari está realizando o processo de habituação das onças-pintadas (Panthera onca) aos carros de passeio – Foto: Lawrence Weitz
    O carro segue em alta velocidade. Nosso guia, Nego, vai no capô, olhando os rastros do animal enquanto indica o caminho que o motorista deve seguir. Os galhos passam rapidamente, próximos à nossas cabeças, e é preciso ser rápido para desviar de todos eles. O objetivo do safári é encontrar o maior felino das Américas. O veículo para em frente a uma lagoa. Nego faz sinal para todos permanecerem em silêncio. “Ela está aqui”. Uma movimentação nos arbustos anuncia a entrada de uma onça-pintada na clareira. Ela para em frente ao nosso carro, olha no olho de cada um e entra na água para matar a sede. Fica conosco por alguns minutos antes de desaparecer entre as árvores novamente.
    Essa é uma das experiências mais marcantes da minha carreira de guia no Pantanal. É um desses momentos mágicos, que ficam guardados na memória e voltam à nossa mente de tempos em tempos para nos fazer sorrir. No entanto, fazendeiros abatem os felinos para proteger seus rebanhos e, após décadas de perseguição e caça, a onça se tornou um dos animais mais difíceis de avistar na natureza.
    Esperança, uma das onças-pintadas selecionadas para o processo de habituação pelo Projeto Onçafari - Foto: Diogo Lucatelli
    Esperança, uma das onças-pintadas selecionadas pelo Projeto Onçafari para o processo de habituação  – Foto: Diogo Lucatelli
    Para mudar essa história Mario Haberfeld fundou o Projeto Onçafari em 2011.  A ideia é fazer a habituação das onças aos carros de passeio para que elas se comportem da mesma maneira que os felinos da África. O objetivo é atrair mais turistas, aumentar o interesse dos fazendeiros no turismo de observação de animais, gerar novas oportunidades de emprego para as pessoas da região, ajudar na conservação do felino e, consequentemente, de seu habitat. “É necessário agregar valor à onça para que ela valha mais viva do que morta.” Afirma.
    Uma técnica utilizada com leopardos e leões na África do Sul há 30 anos está sendo adaptada para a onça-pintada no Pantanal. Um animal selecionado é seguido por um rastreador, dia após dia, até que ele pare de considerar o carro como uma ameaça. O ideal é escolher uma fêmea. Quando ela tiver filhotes vai ensinar tudo para os pequenos. Assim, a habituação aos veículos será passada para a próxima geração. O processo não envolve métodos de domesticação (como o oferecimento de comida) e os felinos selecionados permanecem selvagens.
    Carro do Projeto Onçafari usado para o processo de habituação das onças-pintadas - Foto: Adam Bannister
    Carro do Projeto Onçafari usado para o processo de habituação das onças-pintadas – Foto: Adam Bannister
    Haberfeld trouxe rastreadores da Tracker Academy da África do Sul com a missão de treinar a equipe do projeto na arte de rastrear animais selvagens para facilitar o encontro com o felino. Para Diogo Lucatelli, biólogo e rastreador do Projeto Onçafari, “Conhecer e perceber o ambiente – e o comportamento e as características dos vestígios do animal que será seu alvo – é fundamental”. As onças se movimentam em campos de gramíneas e matas densas com solo coberto por folhas secas, terrenos que dificultam a formação de pegadas. O rastreador pode perder o rastro. Para reencontrá-lo é preciso analisar o local, interpretar os sinais e se colocar na posição do animal que se está rastreando.
    Disney Souza (mais conhecido como Nego), rastreador do Projeto Onçafari (centro) em treinamento com os rastreadores da Tracker Academy da África do Sul - Foto: Projeto Onçafari
    Disney Sousa (mais conhecido como Nego), rastreador do Projeto Onçafari (centro) em treinamento com os rastreadores da Tracker Academy da África do Sul – Foto: Projeto Onçafari
    Diogo Lucatelli (direita) ensinando a rastrear onças - Foto: Disney Souza
    Diogo Lucatelli (direita) ensinando a rastrear onças – Foto: Disney Sousa
    Todo o processo está sendo realizado no Refúgio Ecológico Caiman (REC), do empresário Roberto Klabin (fundador e presidente da SOS Mata Atlântica e da SOS Pantanal). Câmeras foram instaladas nas árvores para identificar as onças que habitam a fazenda e algumas fêmeas foram capturadas para a instalação de um colar com GPS, para a determinação do território de cada indivíduo. Os animais selecionados para a habituação têm o território dentro do REC. Essa é uma condição essencial, já que a caça – apesar de ilegal – ainda acontece no Pantanal. Fazer a habituação de um felino que pode entrar em outras fazendas seria um risco para o animal. Ele poderia se aproximar dos caçadores e seria um alvo fácil. Tudo está sendo acompanhado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e pelo Cenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos e Carnívoros).
    Mario Haberfeld colocando o colar com GPS em uma das onças do Projeto Onçafari- Foto: Divulgação
    Mario Haberfeld colocando o colar com GPS em uma das onças do Projeto Onçafari. Os colares são equipados com um dispositivo de soltura e não interferem na vida do animal – Foto: Divulgação
    Segundo Lucatelli o número de encontros com a onça-pintada aumentou após o começo do projeto. Isso pode alavancar o ecoturismo no Pantanal, gerar novos empregos para os moradores locais,  criar mais áreas de proteção para os animais e tornar a observação de fauna em uma atividade rentável que pode ser conciliada com a pecuária extensiva. “Quando se tem uma equipe em campo, que estuda continuamente a vida das onças, particularmente dos indivíduos que residem aqui [no REC], e constrói um relacionamento com elas – dando-lhes nomes e especializando-se cada vez mais em encontrá-las – as possibilidades são enormes”.
    O objetivo do Projeto Onçafari é fazer com que as onças-pintadas fiquem tranquilas ao encontrar com um carro cheio de turistas - Foto: Projeto Onçafari
    Após a habituação, as onças-pintadas deixam de considerar os carros de safári como uma ameaça – Foto: Projeto Onçafari
    O documentário Onça-pintada: mais perto do que se pode imaginar (veja o trailer abaixo) registrou todo o processo de habituação. Atualmente o Projeto está em contato com canais de televisão e produtoras de documentários de vida selvagem e estuda a melhor data para fazer o lançamento.  A ideia é replicar o processo em outras partes do país. “Quanto mais pessoas usarem a ideia mais áreas estarão sendo preservadas” diz Haberfeld.
    Para acompanhar as atividades do Projeto Onçafari:
    Blog: http://wildconservation.wordpress.com/

    quinta-feira, 2 de outubro de 2014

    Niterói arde, Cavalão há muito contido, volta ao modelo de afronta ao poder constituido. Povo desesperançado.

    Após 12 anos minha terra arde. Cavalão volta a espalhar o terror. Por que?  Sem maiores tergiversações filosóficas e/ou antropológicas ou vertentes sociológicas, digo:  É por falta de Policia, ou seja, é pelo fato físico de um GEPAE( Grupamento de Policiamento em Área Especial),  de 120 homens, implantado em 2002, no Morro do Cavalão, e que serviu de foco de modelo de modernidade de Polícia durante muitos anos, na imprensa nacional e internacional,  ter se transformado em um DPO de três homens por dia, em razão de  grande parte de seu efetivo, incluindo o Oficial Comandante,  ter sido transferido para a Cidade de Deus, no Município do Rio de Janeiro, no ano de 2009, e, para burlar  o direito constitucional do pacato povo da terra de Araribóia, tentou-se em nobre arte de prestidigitação colocar em prática, em 2014,   uma "brilhante ideia" que visava  remendar o espaço da ausência da lei e da ordem surgido, através da festiva implantação  de uma "Cia Destacada" de 30 homens, naquele notório  TO do narcotráfico  Deu no que deu.....