domingo, 27 de setembro de 2015

Fator Selva sempre presente. Do mais recôndito da Floresta, o Uirapurú. Homenagem ao passarinheiro visceral Cel PM Demonio Verde Emir Larangeiras.





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Uirapuru-verdadeiro, uma ave cercada de mitos e lendas

por Fábio Paschoal em 16 de janeiro de 2014
Uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus aradus) - Foto: Reprodução/Youtube
Uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus aradus) – Foto: Reprodução/Youtube
Você já ouviu uma música tão bonita que fez você parar tudo o que estava fazendo só para admirá-la? Assim é o canto do uirapuru-verdadeiro. Há quem diga que quando ele canta as outras aves silenciam para ouvir a melodia. Elas ficam hipnotizadas e passam a ser controladas pelo maestro (para ouvir o uirapuru veja o vídeo no final do post).
O nome uirapuru é dado a algumas aves da Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica. A maioria faz parte da família dos dançarinos (falei de um membro desse grupo no post Dançarino-da-cabeça-vermelha usa passos de Michael Jackson na dança do acasalamento). Os machos possuem cores vibrantes e fazem coreografias extremamente elaboradas na esperança de conquistar uma fêmea. Mas, quando o assunto é melodia, nenhum dançarino se compara ao uirapuru-verdadeiro, ave da família das corruíras cercada de mitos e lendas.
Uma das histórias se refere a um guerreiro que se apaixona pela esposa do cacique. Como não pode se aproximar dela, o rapaz pede ao deus Tupã para transformá-lo em pássaro. Todas as noites o jovem, em sua forma alada, se aproxima de sua amada e canta para ela. Mas o cacique também ouve a música, e começa a perseguir a ave com a intenção de prendê-la.
O pássaro se esconde na floresta e o cacique não consegue encontrá-lo. Mas o uirapuru não desiste. Ele canta todas as noites para a esposa do cacique na esperança que ela o descubra através de sua melodia.
Outra lenda conta a história de Oribici, uma índia que disputava o amor do chefe de sua tribo com outra mulher. O cacique organizou uma competição de arco e flecha para escolher sua esposa. A derrota foi devastadora para Oribici. Ela chorou tanto que suas lágrimas deram origem a um córrego.
Comovido com a tristeza da índia, o deus Tupã – para compensar pelo amor que Oribici havia acabado de perder – a transformou em um pássaro com um canto extremamente belo, capaz de enfeitiçar todas as aves da floresta.
Uma terceira lenda conta a história de um pássaro que foi atingido no coração por uma flecha disparada por uma moça apaixonada pelo seu canto. A ave se transformou em um belo guerreiro.
Tomado pela inveja, um feiticeiro compôs uma música com sua flauta encantada e fez com que o rapaz desaparecesse para sempre. Tudo o que restou foi o lindo canto do guerreiro, que pode ser ouvido até hoje na floresta.
O uirapuru-verdadeiro é considerado um talismã. Existem pessoas que acreditam que o homem que carregar uma pena da ave será irresistível para as mulheres e terá sucesso nos negócios. Também dizem que a moça que conseguir um pedaço do ninho manterá seu amado, fiel e apaixonado, por toda a vida. Mas essas superstições são prejudiciais à espécie, já que é preciso capturar o animal e destruir o local em que ele cuida dos filhotes.
Prefiro acreditar na lenda que diz que a pessoa que escuta o uirapuru pode fazer um desejo que será realizado no futuro. Assim podemos propagar um dos cantos mais bonitos que se pode ouvir na Floresta Amazônica.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

MISERICORDIA XX. Infelizmente, contra a PM, continua a técnica de gerenciamento do " Eu ganhei, nós empatamos, eles perderam". Claro , quem não ganha nunca, as vezes empata e perde sempre, é só a PM. Lamentável, extremamente lamentável.

MISERICÓRDIA XX.
Essa do Procurador Geral de Justiça, Dr Marfan Vieira, no Jornal Extra de hoje ( 23/9/15), foi pesada, mas, de uma agudeza, compatibilidade e legitimidade absolutas.

Diz ele:
" O problema (da policia) é de discernimento, saber quem está em vulnerabilidade, quem está no crime. E quem não tem discernimento não pode exercer cargo público."
A única coisa que não concordo e "não entendo", é por que o Jornal se achou no direito de, entre parênteses, na fala do Procurador Geral, identificar e rotular só a policia como a destinatária de tal posicionamento. E não, todo o " escalão girafa" da Segurança Pública, envolvida até a raiz nesse lamentável episódio. Dá licença.....VIVA A PM !!!!!!!!!!!!!!








Pezão promete voltar a recolher menores em ônibus sem flagrante, mas autoridades criticam a polícia

Pezão: ‘Isso não é normal’
Pezão: ‘Isso não é normal’ Foto: Cléber Júnior
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Enquanto o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, garante que a Polícia Militar vai voltar a fazer a abordagem e o recolhimento de menores em ônibus sem flagrante de delito, o presidente do TJ, Luiz Fernando Ribeiro, diz esperar que a PM cumpra seus deveres, previstos na Constituição Federal. No último dia 10, o juiz Pedro Henrique Alves, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da capital, proibiu que crianças e adolescentes nessa situação fossem encaminhados para as delegacias.
— Nós passamos nove fins de semana com sol a pino sem ter um problema de arrastão nas praias. Se tiver um ônibus com adolescentes vindo, que não pagaram passagens, estão descalços, de bermuda e sem documento, leva para a delegacia e os pais vêm buscar. Da última vez, apreendemos 112 e cinco pais vieram buscar. Isso não é normal. Se querem que o filho vá à praia, que o acompanhe e dê condições de ele passar o dia na praia — afirmou Pezão.
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Em nota, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio afirmou que as revistas e abordagens preventivas não atentam contra a sentença de Pedro Henrique. Para ele, as declarações de Pezão ressaltam a importância dos deveres da PM. O desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho destacou ainda acreditar que “as autoridades da Segurança Pública não vão em hipótese alguma estimular o desrespeito às leis e às decisões judiciais neste estado, mas, ao contrário, primarão pelo seu cumprimento”.
Para Marfan Martins Vieira, procurador-geral de Justiça do Rio, é importante que se faça uma distinção entre os menores em situação de vulnerabilidade e os envolvidos em atos infracionais. No primeiro caso, a criança ou adolescente está fragilizado ou corre algum tipo de risco e é dever do estado protegê-lo, através de um agente social que o aborda e o encaminha ao Conselho Tutelar. Já no segundo caso, quando há o cometimento de fatos análogos a crimes, a polícia deve intervir e fazer o encaminhamento para a delegacia, onde será determinada a medida prevista em lei.
Andar descalço não é crime
Ao anunciar a retomada das ações policiais nos ônibus, o governador Luiz Fernando Pezão avisou que a PM irá abordar adolescentes que estiverem “descalços, de bermuda e sem documento”. Essas justificativas, porém, não encontram respaldo na lei — afinal, ir a praia sem calçado ou camisa não configura crime nem qualquer tipo de contravenção.
A polícia, por outro lado, pode e deve agir contra menores que pularem a roleta ou entrarem no coletivo sem pagar a passagem, ato que viola o artigo 176 do Código Penal — não se pode, entretanto, exigir que o passageiro possua o dinheiro para o bilhete de volta. Também é permitido apreender jovens que atrapalhem a viagem alheia com “gritaria ou algazarra”, conforme previsto no artigo 42 da Lei das Contravenções Penais.
Não estar com documento ou dinheiro, inclusive, tampouco configura necessariamente uma situação de vulnerabilidade, que permitiria o acolhimento por parte de órgãos de assistência social. Segundo a Secretaria municipal de Desenvolvimento Social, que deve agir em parceria com a PM a partir do próximo fim de semana, a vulnerabilidade se dá em situações como “exploração sexual ou do trabalho infantil”, “ruptura com vínculo familiar”, “falta de acesso à saúde, educação e alimentação” ou “uso abusivo de álcool e drogas”, entre outras.
O que dizem as autoridades
“As autoridades da Segurança Pública não vão estimular o desrespeito às leis e às decisões judiciais neste estado, mas ao contrário primarão pelo seu estrito cumprimento”.
Luiz Fernando Ribeiro, presidente do TJRJ
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“Há sete meses, comecei a discutir com órgãos de segurança e da prefeitura sobre como lidar com menores infratores e não infratores. Dessas reuniões saiu um protocolo. Na verdade, a PM usou a decisão para encobrir suas próprias deficiências. A decisão só determina o cumprimento da lei”.
Pedro Henrique Alves, juiz da Vara da Infância e da Juventude
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“O problema (da polícia) é de discernimento, saber quem está em situação de vulnerabilidade e quem está cometendo crime. E quem não tem discernimento não pode exercer cargo público”.
Marfan Vieira, procurador-geral de Justiça do Rio
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“A PM tem o dever de agir quando há o cometimento de ato infracional. Um adolescente não está cometendo crime algum só porque está descalço e sem documentos”.
Defensoria Pública, através da assessoria de imprensa